O que meus pacientes me perguntam sobre Psoríase?
- Thayane Lemos
- 7 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
Continuando o post de semana passada, no post de hoje eu vou responder as principais perguntas que ouço dos meus pacientes sobre esta doença.
E se você tiver alguma dúvida que não tiver sido respondida, deixe nos comentários do post.

1) Psoríase pode acometer cabelos e unhas?
Sim! Inclusive estas são consideradas "áreas especiais" de acometimento da psoríase, o que significa que possuem um prognóstico um pouco pior e geralmente já necessitam de tratamento sistêmico.
Inclusive no couro cabeludo muitas vezes o diagnóstico é atrasado pela confusão com outra doença parecida, a dermatite seborreica (a famosa caspa). É necessário um dermatologista treinado para separar as duas.
2) Psoríase é contagioso?
Não!! Psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele e que também pode acometer outros órgãos. Ela ocorre por uma desregulação do sistema imune, não passa de pessoa a pessoa.
3) Quem tem psoríase pode fazer tatuagem?
A psoríase possui um fenômeno chamado "fenômeno de Koebner", em que surge uma nova lesão em áreas que sofreram traumas. Por isso, qualquer tipo de trauma, o que inclui, por exemplo, tatuagens e cirurgias, podem cursar com o surgimento de novas lesões.
4) Como é o tratamento da psoríase?
Para casos leves, em geral indicamos apenas pomadas ou cremes, fototerapia (tratamento com luz) ou helioterapia (tratamento com exposição solar por curto período).
Por outro lado, casos moderados a graves de psoríase já indicam tratamento sistêmico, com comprimidos ou injeções (os famosos imunobiológicos).
5) Quando a psoríase é considerada grave?
Consideramos psoríase moderada a grave aquela que acomete uma área corporal maior que 10% da superfície corporal ou que tem impacto importante na qualidade de vida. Também podemos utilizar uma ferramenta chamada PASI para calcular a gravidade da doença, neste caso considerada grave quando o PASI é maior que 10.
Além disso, psoríase que acomete áreas especiais, como mãos, pés, região íntima, unhas e couro cabeludo também é considerada moderada a grave.
6) Antes de começar o tratamento sistêmico é necessário fazer algum exame?
Sim. Como o tratamento sistêmico é feito com imunossupressores ou imunobiológicos, que são medicamentos que reduzem a imunidade, antes de iniciá-los é preciso pesquisar algumas doenças virais, como hepatites e HIV, entre outras, além de rastrear o contato prévio do paciente com tuberculose. Por isso, o paciente precisa realizar uma série de exames antes de iniciar o tratamento.
7) Quais outros especialistas devem me acompanhar além do dermatologista?
Por conta da associação entre psoríase e alterações cardiovasculares e doenças intestinais, recomendo acompanhamento com cardiologista e gastroenterologista.
Além disso, muitos pacientes com psoríase apresentam dores nas juntas (a chamada artrite psoriásica), por isso também recomento um acompanhamento com reumatologista.
8) Preciso comprar os imunobiológicos? Eles são muito caros?
Não! Os imunobiológicos são fornecidos pelo SUS e também pelos planos de saúde, desde que o médico forneça as informações corretas sobre o paciente, a receita adequada e siga alguns passos antes da indicação do imunobiológico.
9) E se eu iniciar um tratamento sistêmico e não der certo?
Atualmente possuímos várias opções de tratamento para a psoríase, por isso, se não der certo na primeira tentativa, não desista, podemos tentar outro tratamento.
Espero que o post de hoje tenha esclarecido algumas dúvidas, mas se você tiver uma pergunta mais específica, basta deixar nos comentários do post.
Até semana que vem!



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